Métodos de Compostagem Doméstica

Se pretendemos alcançar um futuro verdadeiramente sustentável, é fundamental colocarmos em prática soluções para os resíduos domésticos.

Os resíduos que produzimos nas nossas casas dividem-se em: embalagens recicláveis, de vidro, papel, cartão, plástico e metal, os resíduos orgânicos e os especiais ou de grande dimensão (pilhas, lâmpadas, rolhas, vestuário e calçado, equipamentos elétricos e eletrónicos, óleos e artigos de grande dimensão, como sofás).

Nesta variedade é possível depreender que uma boa percentagem destes resíduos é orgânica e pode, de forma simples, ser reaproveitada em circuito circular. Ou seja, é possível transformarmos os resíduos alimentares que produzimos e com gerarmos fertilizante líquido e sólido para a horta ou jardim caseiro. Esta transformação é designada por compostagem doméstica.


Métodos de Compostagem Doméstica

Existem 3 metodologias aplicáveis a uma habitação: a compostagem térmica, a bokashi e a vermicompostagem.


Compostagem Térmica

A compostagem térmica é realizada no exterior e recorrendo a resíduos verdes (folhas verdes, ervas daninhas sem sementes, restos de frutas e vegetais crus, borras de café, cascas de ovos, flores, saquetas de chá sem plástico, aparas de relva fresca) o que implica que esta metodologia apenas é aplicável por todos os que possuem área exterior.

É um processo lento, pois respeita o processo natural de degradação dos resíduos na Natureza, mas é de aplicação simples. Apenas é necessário assegurar uma mistura de resíduos verdes e de castanhos (folhas secas, relva seca, palha ou feno, aparas de madeira e serradura - sem tratamento!, agulhas de pinheiro, cascas de frutos secos, ramos pequenos, papel e cartão não impressos e sem colas nem agrafos) na proporção de 1:2, ou seja, se adicionares um balde de resíduos verdes deves cobrir com 2 baldes de resíduos castanhos.

Esta mistura deve manter-se ligeiramente húmida e o processo ocorrerá naturalmente. Ao final de 4 a 6 meses sem adições de novos resíduos, se o conteúdo se apresentar à temperatura ambiente, podes concluir que o processo terminou e utilizar o composto obtido.

Para esta compostagem é possível utilizar compostores termofílicos ou delimitando uma zona, em contacto com o solo, na qual se vão adicionando verticalmente os resíduos até ao topo.


Se a tua casa não tem espaço exterior, mas gostarias de impedir o desperdício dos teus resíduos alimentares, não desesperes, pois existem duas soluções que podes aplicar!


Compostagem Bokashi

Uma delas consiste na compostagem bokashi. Esta metodologia baseia-se na utilização de contentores de resíduos, com escoamento e torneira, e um farelo com microrganismos adicionados que irá acelerar todo o processo.

O procedimento é muito simples. Basta colocar num contentor, comprado ou criado em casa, os restos de resíduos alimentares, com exceção de gorduras, líquidos e ossos, pressioná-los bem contra o fundo e cobri-los com o farelo até que o contentor encha. O conteúdo deve então aguardar 30 dias no interior do contentor (no, entretanto podes sempre ir retirando o fertilizante líquido e alimentando as tuas plantas) e no final desse tempo misturar diretamente com a terra da tua horta ou jardim. Se tiveres plantas a semear podes fazê-lo no imediato, se fores plantar espécies mais crescidas, deves aguardar mais um mês. O compostor bokashi deve ser lavado com sabão natural ou detergente ecológico e está pronto para utilizar a seguir.


Vermicompostagem

A terceira metodologia consiste na vermicompostagem que, tal como o nome indica, necessita de minhocas para ocorrer. Neste procedimento os teus resíduos vão alimentar uma espécie específica de minhocas que irão produzir um magnífico fertilizante líquido e sólido recheado de nutrientes para as tuas plantas.

O compostor necessário para este procedimento também pode ser feito em casa, contudo apresenta mais necessidades, pois as minhocas são seres vivos e as suas necessidades devem ser respeitadas para poderem sobreviver e prosperar, mas não é de todo complexo. Neste caso vais adicionando os resíduos à velocidade da degradação das minhocas, o que é inferior do que nos casos anteriores, contudo o composto obtido é particularmente rico.

Todas as metodologias abordadas pressupõem que aos resíduos a compostar não sejam adicionados materiais não orgânicos, não degradáveis ou contaminados, como fluídos ou necessidades humanas ou animais.


Cada um dos procedimentos têm particularidades que devem ser respeitadas, mas todas são facilmente aplicáveis por qualquer família, dando a oportunidade de criar uma verdadeira circularidade, na qual os resíduos dos alimentos que compramos dão origem a recursos que podem voltar a criar alimentos caseiros.

Se ainda não tens horta ou jardim, esta pode ser uma oportunidade para te aventurares, mas se tal não for a tua vontade, não desistas da compostagem! Oferece o fertilizante a vizinhos, amigos e familiares que sabes que o utilizarão, doa, ou quem sabe até, vende a uma empresa de produção ou comércio de plantas.


Esperamos que esta pequena apresentação te motive a dar o primeiro passo na utilização de um recurso que, inevitavelmente, todos produzimos e prevenir o seu total desperdício em aterro (que ainda é o fim da grande maioria dos resíduos orgânicos do nosso país). Para mais informações visita o Blog Murta e sabe mais sobre a compostagem Bokashi, como fazer compostores e farelo Bokashi, e também sobre a vermicompostagem, incluindo como criar um vermicompostor.


Podes ainda te iniciar neste percurso comprando algum do material necessário na Loja Online Murta. Visita e dá início a mais uma rotina sustentável!

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8 Comentários

  1. Nada fácil o assunto Teresa *,~`))))))
    Bom dia em harmonia de sexta
    e cheiro a fim de Semana.
    Beijinhos.

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  2. Boa tarde, Teresa
    Mais um excelente post, com ótimas dicas. Gostei de ler.

    Deixo os meus votos de um feliz fim de semana, com tudo de bom.

    Beijinhos!

    Mário Margaride

    http://poesiaaquiesta.blogspot.com
    https://soltaastuaspalavras.blogspot.com

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  3. Olá Vim lá da Ane, conhecer o seu blog.
    Mas o nome desse cabeçalho não é estranho para mim...
    adorei seu post.
    Boa semana.
    janicce.

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